abril 14, 2011

Cicatrizes


Essa semana um amigo apareceu com uma bela cicatriz na testa. Ao ser questionado ele afirmou ter batido a cabeça enquanto praticava rafting – pratica de descida em corredeiras em equipe utilizando botes infláveis. Conhecendo um pouco esse meu amigo, resolvi apertá-lo e descobri que para salvar um copo de champanhe ao tropeçar em alguns degraus, ele meteu a testa no chão provocando um baita corte no meio da testa. Eu disse a ele, bela cicatriz brother!
Hoje, comprei um enorme espelho para o quarto e ao sair do banho notei algumas cicatrizes brancas no meu corpo e para cada uma delas uma história com pontos, outras sem pontos e algumas coloridas, que todos chamam de tatuagem (sim, tatuagem é uma cicatriz provocada e que deixa a marca desejada com cores vivas ou padronizadas).
Admirei cada uma delas. Espero que concordem comigo: todas as cicatrizes são lindas, uma forma de ver a beleza nas coisas. Isto é o que aqueles que produzem cicatrizes querem que pensemos.  Realmente, as cicatrizes que tenho já fazem parte de quem sou e por onde passei desafiando algumas barreiras que minha pele sentiu, se abriu, se machucou, se fechou e sua marca permaneceu. Mesmo porque, acreditem, uma cicatriz não se forma num cadáver e ela significa: “ Eu sobrevivi”.
Com muito orgulho, apresentarei minhas cicatrizes para todos que tenho intimidade para me despir, tenho algumas que não serão necessário ficar nú na frente desses. Ao apertar minha mão direita é possível sentir algumas. Ao olhar meu rosto é possível ver outras na testa, sobrancelha, boca e na bochecha. Mas tenho outras cicatrizes que mesmo pelado será impossível de notar, aquelas produzidas por amigos, amores, família e coisas da vida. Todas elas no coração. Tem aquelas que doem no osso da mão quando tentei brecar o que vinha na minha direção, seja um carro ou ações.
Eu sobrevivi!

Por Rodrigo Smokovitz Nogueira

2 comentários:

Irhia Amana Tanna disse...

Adorei! Tb aprendi a amar minha cicatrizes, coloridas ou não. Beijos...

Unknown disse...

O melhor é aprender a ler a história que cada cicatriz nos conta,muito bom o texto!!!


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